abstrato

abstrato
Elpidio Dantas


O poeta impresso em folha
não tem rosto.
Tem falha,
tectonismo, aposto.
Cada linha num sentido
faz crescer a cordilheira.
E o poeta como um anjo,
pode ver a terra inteira.
No mirante imaginário,
o poeta agora é mudo.
Cria asas, contemplando,
salta em crase e acento agudo.
Voando por sobre as cabeças,
suas asas circunflexa.
E o poeta se espatifa
e ri a bessa.


Rogério Santos

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Beijos

Não queres que eu te beije!
E o beijo é a própria vida
a invenção mais divina e humana do Senhor
é o fogo em que se abrasa uma alma a outra alma unida
é o prólogo e também o epílogo do amor!
A lua beija o mar, nas ondas refletida
o sol, beijando o céu, reveste-o de esplendor
num beijo o orvalho alenta a planta emurchecida
e a borboleta suga o mel beijando a flor...
Deixa que o meu amor expanda os seus desejos
beijando os lábios teus sem nunca se fartar!
Chega ao meu coração, escuta-lhe os latejos!
A boca perfumada, ó deixa-me beijar!
Porque somente amando é que se trocam beijos
e porque só beijando é que se aprende a amar!

Guilherme de Almeida

Um comentário: