abstrato

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Elpidio Dantas


O poeta impresso em folha
não tem rosto.
Tem falha,
tectonismo, aposto.
Cada linha num sentido
faz crescer a cordilheira.
E o poeta como um anjo,
pode ver a terra inteira.
No mirante imaginário,
o poeta agora é mudo.
Cria asas, contemplando,
salta em crase e acento agudo.
Voando por sobre as cabeças,
suas asas circunflexa.
E o poeta se espatifa
e ri a bessa.


Rogério Santos

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Conto - No Final de Semana

E foi quando o papo se tornou muito cansativo.
Eu insistia "Você está bem" e ela insistia "Não estou".
Ela acabou vencendo e não fomos viajar naquele final de semana.

- Nunca mais te convido pra sair! - Disse eu para mim mesmo, obviamente.

A semana passou. Veio o outro final de semana e ela veio junto dizendo "Vamos sair?".

A alegria me pegou de surpresa me fazendo pensar apenas em duas palavras: "Claro!" e "Sim!".

Com agilidade, minha inteligência organizou estes únicos termos que ocupavam toda a minha mente naquele momento e respondi "Sim, claro!". A intuição me mandou acrescentar "Por que não?" e o carinho quase no fim do fôlego disse "Seria ótimo!".

Senti meu sangue correndo novamente!

E ela perguntou "Será que estou bem?". Engoli seco meu sorriso e quase junto os meus lábios. Meus olhos a miravam como se fosse um experimento científico, uma espécie de rato de laboratório. Ignorando a inteligência, intuição, carinho e qualquer outra porcaria dessas respondi friamente "Como sempre."

Distraída com o vestido, ela respondeu "Obrigada, querido. Então vamos."

A inteligência me apareceu novamente me dizendo "Tem sorte de ela não ter te encarado..."

- Por Renato Seabra.

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